A zebra
A zebra dispara rumo à água, incha
como uma estrela, suas patas são um
prodígio.
Debruçada no espelho azul,
vê como o mundo escurece, nas linhas
paralelas sem infinito que as acolha.
É zebra nas patas e nos flancos,
com um arrepio na língua
inútil.
É lírica na rosa e nas guelras
até ao centro
da estrela.
Bebe a água com angústia, as mandíbulas
tensas,
trêmulas.
Inaugura o falo no poema
em que se banha
e se renova como um broto de luz ou sândalo.
2 comentários:
Gosto da forma que trabalhou...
belo poema.
Muito bom, José Carlos Brandão!
Embora já tenha visto no National Geographic, uma zebra comendo outra.... o que me deu um medo enorme, eu que amava as zebras.
Essa criação de Deus a cada dia mais me encanta. O maior pintor e artista que tivemos.
Beijos
Mirze
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