quarta-feira, 13 de julho de 2011

A ZEBRA









A zebra

A zebra dispara rumo à água, incha
como uma estrela, suas patas são um
prodígio.

Debruçada no espelho azul,
vê como o mundo escurece, nas linhas
paralelas sem infinito que as acolha.

É zebra nas patas e nos flancos,
com um arrepio na língua
inútil.

É lírica na rosa e nas guelras
até ao centro
da estrela.

Bebe a água com angústia, as mandíbulas
tensas,
trêmulas.

Inaugura o falo no poema
em que se banha
e se renova como um broto de luz ou sândalo.




2 comentários:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Gosto da forma que trabalhou...

belo poema.

Unknown disse...

Muito bom, José Carlos Brandão!

Embora já tenha visto no National Geographic, uma zebra comendo outra.... o que me deu um medo enorme, eu que amava as zebras.

Essa criação de Deus a cada dia mais me encanta. O maior pintor e artista que tivemos.

Beijos

Mirze