sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quietude





    

         QUIETUDE

O café preto e vermelho salta
no terreiro ao sol.

Os coqueiros brincam
com as nuvens no céu.

A água gorgoleja no córrego
entre os inhames.

A maritaca grita
dependurada nas telhas claras.

A paz é uma moringa d’água
à sombra da figueira.


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Quietude é um dos poemas de Ungaretti de que eu mais gosto:


A uva é madura, o campo lavrado,
destaca-se o monte das nuvens

Nos empoeirados espelhos do estio
caída é a sombra.

Entre os dedos incertos
a luz deles é clara
e longínqua.

Com andorinhas foge
o último tormento.

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Fiz aqui uma paráfrase, respeitosa.
Vejam o que Gregório Vaz fez ALI.



5 comentários:

Unknown disse...

José Carlos!

A quietude sempre me emociona. Escrevo num turbilhão de inúmeros barulhos de uma cidade grande. Mas o silêncio que existe em mim me traz paz.

Lindo poema!

Beijos, poeta!

Mirze

Jota Brasil disse...

Me trouxe a lembrança, o ano de 1998, quando eu ia quase que diariamente para Guaxupé...( Lá onde foi gravada a novela Rei do Gado)
Show de imagens e poesia...

Fernando Campanella disse...

A paz é a linda conclusão de um poema, quando dizemos amém pelo universo que concertamos. Um pouco de Deus, e o reflexos das coisas criadas em nós.
Belo poema, forte abraço, Brandão.

Denise Portes disse...

Lindas palavras, cheia de delicadezas.
Um abraço
Denise

dade amorim disse...

Esse poema de Ungaretti condiz com seu estilo, José Carlos.
Você é um poeta de verdade, e dos bons. A serenidade de seus poemas atravessa a gent. Isso nunca deixará de existir, graças a Deus, nem se enquadra em qualquer moda ou tendência de tempo.
Grande grande abraço.