O RIO FLUI ENTRE AS MONTANHAS
O rio flui entre as montanhas
imóveis,
com seus rochedos cinzentos de joelhos
como velhos
mortos
de fadiga.
O silêncio flui com a água sobre a nudez da terra
que flui
com a carne
da morte, como se da mesma fonte
entre os pássaros
e os bois
no pasto.
Tanta noite e somos manhã
e somos estranhos fluindo com a água da dor,
cantando
a música do inverno,
essa brancura
de gelo
e inanição.
A morte lava o meu suor, as minhas feridas, a minha
angústia
e sou polido
pelas pedras, por
este chão familiar e estranho – e reconheço
outro ser
em mim, nesta desolação.
A limpidez das coisas e o sentimento de exílio,
enquanto a beleza flui
com o rio
e suas águas claras
e seu espelho
de ausência imóvel no dia longínquo,
rio
fluindo,
como a vida,
da ponta dos dedos.
4 comentários:
Abraço-te fortemente,
grande poeta e amigo
esse poema li em voz
quase completa deixando
um nó na garganta
...
E a gente vai fluindo com esse rio que arrebata. Lindo! Beijo
Senti todos os movimentos do rio.
um abraço
Denise
Alguém sabe onde é esse lugar lindo!!?
Abraços,
Tatiana
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