1. Tempo escuro
Para que a poesia
neste tempo da banalidade?
Para que a poesia
neste tempo da forma rara
em lugar do homem?
Cegos e surdos,
entanto cantamos.
Somente a tocha da poesia
ilumina este tempo escuro.
2. O cadáver da poesia
Vesti o cadáver da poesia
com as mais belas roupas que encontrei.
Vesti o cadáver da poesia
com as roupas de um operário.
Deixei nu o cadáver da poesia:
não deixou de ser o cadáver
deste tempo negro.
(Gregório Vaz)
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Gregório Vaz teve um surto criativo este ano. Parei de escrever como eu mesmo, até o dia do meu aniversário, quando fiz quatro poemas luminosos. Não era dia para o pessimismo de Gregório Vaz. Depois tentei equilibrar a forma - G. Vaz é desleixado - mas tanto a forma como o fundo saíram escuros. Talvez seja mesmo este tempo escuro em que vivemos. Talvez eu não esteja nos meus melhores dias.
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10 comentários:
Olá J. C.
"Para que a poesia
neste tempo da banalidade?"
Pois. Boa pergunta. Se calhar a resposta é que, sem poesia a banalidade ainda era mais banal. Ou estarei enganado?
Um grande abraço meu grande amiga.
Victor Gil
Com qualquer nome, sua poesia é forte, mesmo com a alma mais nublada, seus versos brilham forte. Beijo
A poesia do Gregório brilha como a sua, mesmo em tempos escuros!
Beijos, poeta!
Mirze
em tempos de excesso tecnológico, mudanças e crises só a palavra bem lapidada será o antídoto e tocará até os corações dos menos atentos...abs - Carlos
↓
"Pões...ia neste tempo que ficou!
Quando poderemos dizer:
"Bons tempos virão?"
Esse tempo é EX curo...
esse tempo tem cura?
Muito mau tem, pô!"
De vagar divaguei!
:(: → Bebi "Polar"
Com o suposto cadáver da poesia, você , Brandão, construiu dois belíssimos poemas. Gregório Vaz tem a força da ressurreição do belo. Um abraço.
↓
"...espero
que o Gregório Vaz,
caminhe em paz!"
Até!
respeitar o silêncio as vezes é preciso, as palavras virão quando tiverem que vir - bom penso assim
beijos!
nem sempre o tempo merece a Poesia!... Nem os homens encontram a Poesia em si; ainda assim, é na Poesia que se encontra traduzida toda a
a sensibilidade da Humanidade!...
boa semana
Abraço
Poetas não enterram flores e cravos, nem mesmo o verbo...
bjs
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