segunda-feira, 11 de outubro de 2010
O menino no jardim
O menino no jardim
A lagarta contorna os espinhos
E devora a folha verde da roseira.
O menino sorri em silêncio
Com o cachorro sentado aos pés.
Uma minhoca se espreguiça ao sol.
A borboleta azul me acompanha.
Caem as pétalas das rosas, fica
O perfume no ar. O menino grita
Com o braço queimado pela taturana.
Cantam os pintassilgos no jardim.
O menino abre a mão cheia de amoras,
Escorre dos dedos o sangue vermelho.
A luz cai na relva, mistura-se à sombra
E cria a cor. A abelha leva o ouro.
A formiga morta no cimento frio,
Entre as folhas secas, ainda é poesia.
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14 comentários:
Fiquei me lembrando da infância!
bjs
(ainda Poesia?)
sempre e eternamente
és e serás a própria Poesia:
meu amigo e grande poeta,
José Carlos Brandão.
forte abraço.
Lindo este intercâmbio do menino com as flores e todos os insectos que povoam os jardins... entre as folhas secas ainda é poesia...Beijos
Graça
Meu querido Poeta
Lindo como sempre.
A luz cai na relva, mistura-se à sombra
E cria a cor. A abelha leva o ouro.
A formiga morta no cimento frio,
Entre as folhas secas, ainda é poesia.
É poesia...a natureza.
beijinhos
Sonhadora
Brandão...
Grande poeta natural. Da terra.
Lembro-me da taturana, das borboletas e amoras. Das lagartas e das cores. Da luz e do brilho...
Um beijo, e mais uma vez
Obrigada
Carla
Como são boas as leituras que aqui faço. Poemas sempre intensos, cheios de vida!
Beijo, José.
Bom feriado para vc e para a Sônia, poetas que me são muito queridos.
=)
Maravilhoso o mundo retratado em poesia por vc; na verdade, único, original. Poesia sempre.
de fato, poesia é!
e que poesia!
beijos!
bela construção, tecida com a ternura da palavra que refresca o olhar no sentir originário da criança e no-lo devolve com grande beleza sinestésica.
filipe
Este texto exala cor, perfume, inocência. Poder-se-ia dizer uma tela representando uma paisagem marcada por laivos esquivos de primavera.
Um beijo
Lindo poema.
Beijo
Denise
Ai que saudades da minha infância!!! Que coisa linda esse poema!!! Bjsssss
JC, realmente sua poesia me fez voltar à infância, em um tempo de lagartas que queimam e borboletas. Belo! Mui belo! beijo.
José Carlos!
Aqui a vida pulula alegremente e as cores viram potes de puro ouro poético!
Belíssimo!
Beijos
Mirze
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