sábado, 2 de outubro de 2010
O carneiro
O carneiro
Nos olhos do carneiro, a eternidade.
Como uma nuvem na retina azul,
os olhos fundos escondendo o medo.
O mercúrio da morte na lã branca.
Sob a copa de espinhos da paineira,
o carneiro reflete o azul do céu
nos olhos e caminha para a morte.
Empalidecem os lírios com o sol,
delira o lago, as águas se iluminam.
Quem me trará de volta a infância azul
do carneiro? O balido na manhã
da dor ainda repercute em mim.
Vem um silêncio róseo, um baque súbito,
e o eterno suave morre com o carneiro.
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9 comentários:
JC, embora seja urbana irreversível, quando vejo esses animais sempre reparo em seus olhos tristes como sabendo o seu destino. Lindo poema e triste. beijo
[em algum momento o carneiro pode ser nós...muito tocante, José Carlos
beijo, El
Meu querido Poeta
Um poema profundo...que diz mais nas entrelinhas.
Beijinhos
Sonhadora
A brisa ainda leva
(e não haverá fim)
a delicadeza
sobre tudo
e todas as coisas
...
José Carlos Brandão,
imenso poeta e meu amigo
forte abraço.
José,
O eterno suave morre com o carneiro!
è assim msm que sinto esse animal, suave.
Adoro seu poemas cuidados
Bj e bom fds
José Carlos!
Saiba que morri junto com o carneiro. Pelo menos parte de mim, nunca mais será a mesma.
Como podem abater um animalzinho com esses olhos?
Beijos e parabéns!
Mirze
e eu só pensando no carneiro que nos habita...
que lindo o que faz com as palavras !
que lindo...
beijo imenso
"desenha-me um carneiro?"
ver a pureza do carneiro só é possível para quem sonha.
um beijo, poeta.
Brandão,
O Eterno Suave suaviza a dor, porque não chega a morrer, pelo aroma deixado nos versos.
Abraços.
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