segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Fim de dia
Fim de dia
A menina, antes de cortar as rosas,
Hesita um pouco. O aroma a envolve toda.
Depois recolhe as pétalas caídas
Pelo chão, entre as pedras do caminho.
Sob as paineiras nuas, as painas brancas
Bailam no ar como borboletas loucas.
O vento leva as nuvens para o sol.
Um sino tange, longe, entre as chamas.
Garças douradas valsam neste incêndio.
As rosas fulgem na roseira brava.
Os canaviais farfalham, a fumaça
Sobe alto, em espirais. A cana estrala.
A terra se ilumina, as labaredas
Como línguas de sangue. Dói, sufoca.
A menina flutua com as rosas,
Com o aroma suave. Fim de dia.
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10 comentários:
Mais uma vez, pude ver o cenário Brandão. Apesar do incêndio, me passou paz. Beijos.
Adoro tanto a tua poesia na contemplação/ em comunhão com a natureza - me faz pensar em como é importante esse respeito/união com as coisas do cotidiano, da fazenda, com os animais - e adorei também a tartaruga no blog!
um beijo
Lindas quadras que vertem de ti. É bom sentir o aroma da natureza!
sempre o contraponto, a beleza do que é mas não está, o que poderia ser, os tons de lamento e de possibilidade, lindo
beijo
El
Brandão,
Percurso completo, com direito a badalos por entre labaredas.
Abração.
Eu sempre vou montando um quadro quando leio seus poemas. Lindo quadro!
Um poema que realmente leva à PAZ!
Hoje quero dormir pensando nesse fim de dia.
Maravilhoso!
Beijos, poeta!
Mirze
Brandão,
obrigada pela visita, pelos punhados de sol que você espalhou sobre as minhas palavras.
Vir aqui é olhar para o alto.
Seus versos desenham as imagens na epiderme da alma, tatuando versos...
Lindo!
Conte com meu carinho e admiração.
Como eu já disse no "Caricaturas", sou um vagalume visitando as estrelas.
Fátima Guerra
Sempre um quadro, cada poema nos leva por seus caminhos.
Beijo.
Nossa, de uma intensidade... A foto é muito linda tbm.
Beijo.
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