domingo, 5 de setembro de 2010
O cavalo
O cavalo
O cavalo sentou-se à minha mesa,
comemos e bebemos, conversamos
como velhos amigos que retornam
ao altar de antes, com os olhos rasos
de lágrimas e algum represado ódio.
O cavalo soltava fogo pelas
ventas, enquanto ria seu riso ácido.
Contou-me a história da partida antiga
com sangue e pus nos cascos quebradiços.
Fomos irmãos, pastamos nas pastagens
do mesmo senhor, nosso pai, ausente
e presente na dor e na alegria.
A angústia não tem fim, e retornamos
ao capim do universo que deixáramos.
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Poema detentor do 1º Prêmio “Cassiano Nunes” de Poesia, da Universidade de Brasília, junto a O cachorro e A gata (2º lugar, 2010).
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15 comentários:
maravilhoso
O que dizer desta composição poética?
Perfeita, apenas!
Um beijo
Excelente! O final é de arrepiar:
"A angústia não tem fim, e retornamos
ao capim do universo que deixáramos".
Moram dois cavalos na minha parede, esculpidos pelo meu avô, Brandão. Eles também me contam histórias... Beijo.
Meu querido Poeta
Adorei...simplesmente.
beijinhos
Sonhadora
Premiação mais do que justificada, tão belo e surpreendente é esse poema!
Com grande admiração,
Um abraço.
Maravilhoso poema!
Prêmio mais que merecido! Amo cavalos. O criador colocou neste animal a força e a beleza, além dos olhos marejantes.
Belíssimo!
Beijos, poeta!
Mirze
Um poema por nossos velhos cascos.
Seja com gatos, cavalos, insetos, árvores, paisagens...você brilha sempre, JC, como a mais pura luz que nasce no campo. Beijo
Somos capazes de relinchar?...
Parabéns!
perfeito
muito bom
abraço
Parabéns, poeta!
Obrigado por SEGUIR meu Blog Achado!
Volte sempre!
Abçs
companheiros de amor e ódio, homem e cavalo não se abandonam.
Brandão,
Que belo colóquio este...!
:)
Abraços.
Uma maravilha este poema, Brandão, poesia da mais alta qualidade. Um abraço.
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