O silêncio
Fomos à ilhota no meio do lago
Para ouvir o silêncio.
Um pássaro de prata imóvel na luz
Abria o bico, não cantava.
O sol estourava a água.
Uma orquídea partia-se com o calor.
Um carreiro de formigas carregava
Uma roseira nas costas.
As pedras do caminho soltavam chispas.
Ouvia-se uma pétala no ar.
Ouvia-se a raiz da árvore sob a terra.
Um lagarto saboreava a claridade.
A libélula ouvia a borboleta.
Nós ouvimos o sol e a sombra.
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5 comentários:
Que cena de Éden! Surreal na medida, poesia que pulula. Adoro poemas assim tão imagéticos.
Forte abraço!
Caro Brandão,
sou lavrador
de silêncios
coleciono nuvens...
e poemas assim
grato pelos seus
Brandão,
Quanto se enfeixa no silêncio...
Abração.
Que espetáculo isso,Deu pre ouvir e entrar na cena direitinho!LINDO!abraços,chica
Uma experiência mística...
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