Delírio
O lago reflete
o incêndio de um lírio.
Tchibum
Um beija-flor mergulha
de repente – tchibum! –
por meus olhos a dentro.
Iluminação
Era uma pedra dourada.
Quando se abriu, voaram diamantes.
Pombas brancas na tarde azul.
Avalanche
A lua entre as pedras
faz cair da montanha
uma avalanche.
Os sinos
Os sinos de bronze
nas ladeiras de Ouro Preto.
A alma resfolega.
O pastor
Um pássaro num sino,
na alta montanha,
tange as nuvens.
O êxtase do enforcado
A criança ofereceu uma flor
ao enforcado.
O êxtase do poeta
O poema é natural.
A árvore, sobrenatural.
O pomar do dia
O ouro escorre da árvore.
As maritacas trincam o céu das frutas maduras.
A vida é perfeita no pomar do dia.
______
11 comentários:
Poetar como quem colhe amoras silvestres...
Gosto de vir aqui "debicar"
Um beijo
"A cigarra deixou
no tronco da árvore
a casca e o canto."
Gostei. Belas imagens
Saudações bloguistas
iv
"Um beija-flor mergulha
de repente – tchibum! –
por meus olhos a dentro"
A poesia mergulha
de repente- tchibum
alma a dentro
Maravilhosos! Maravilhosos! Beijos
Brandão,
A negação do delírio: límpida contemplação.
Abraço.
Amigo J. C.
E desta vez o nomeado é:
"A cigarra deixou
no tronco da árvore
a casca e o canto."
Mais um excelente lote de poemetos, muito interessantes.
Um abraço
Victor Gil
Meu amigo
Lindo poema...adorei muito fresco.
Beijinhos
Boa noite, Brandão, são maravilhosos estes poemetos, apreensão simples,pictórica e ainda com fulgores de um êxtase. Parabéns. Destaco:
O ouro escorre da árvore.
As maritacas trincam o céu das frutas maduras.
A vida é perfeita no pomar do dia.
Lindo isso, ...a vida é perfeita no pomar do dia....
as cigarras
o cãozinho
ai ai ai
Quantos haikus, um mais belo que o outro e com fotos!
Como consegue fazer tantos?
Estás mesmo em comunhão com a natureza!
Parabéns mestre, minha reverência!
Lí :)
"Iluminação
Era uma pedra dourada.
Quando se abriu, voaram diamantes.
Pombas brancas na tarde azul."
:)
Lindíssimos! Um poema mais encantador que outro.
Beijo.
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