domingo, 6 de dezembro de 2009

O Pequeno Príncipe




No mosaico da vida
a obra de arte contida.
O meu espelho inteiro,
de onde, para subir,

desço. No vão da escada,
a minha alma converte
o universo num grão
de areia, sal, feijão.

De onde viemos, de onde
vem o pequeno príncipe
que somos, num abrupto
susto? A escrita do acaso?

Deus me perdoe, mas quem
me fez nada, ninguém?
O filtro das palavras
não me livra das larvas.

Não se diz o indizível
fardo falho, mas íntegro.

_____________

Uma leitura do poema O Pequeno Príncipe, de Marcelo Novaes,
http://olugarqueimporta.blogspot.com/2009/01/parecer.html

6 comentários:

Adriana Godoy disse...

Ei, JC, um diálogo como esse merece aplusos. Muito bom mesmo. Beijo.

Lídia Borges disse...

Belo poema pelo ritmo, aliteração, estrutura...

L.B.

nydia bonetti disse...

Belissimo poema, Brandão. Um diálogo entre príncipes poetas - dos grandes.

Beijos.

Angela Ladeiro disse...

...é mesmo bonito...

Cris Animal disse...

As comparações e as perguntas que sempre fazemos.
Como diz Quintana:
" A alma é essa coisa que nos pergunta se alma existe".

Somos grãos no universo, somos sementes na terra, fardo, larvas...Principes? Poetas....rs
vc é !

Beijo grande, Poeta !

BAR DO BARDO disse...

Que diálogo!...