terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal em Bagdá



A bomba desenha uma cruz em Bagdá
A estrela explode antes de nascer
A mulher rasga com as unhas o ventre ressequido
Dois olhos vazios me olham de lugar nenhum.

As árvores estão despidas como esqueletos
A rosa não tem mais nenhuma pétala
A raposa e outros bichos tristes choram no deserto
O universo é um cogumelo gotejando.

Profeta sobrevivente do exílio
Já não tenho voz e canto à beira da estrada.
Todas as crianças têm a garganta cortada

O sangue das crianças colore a aurora.
Um menino queima sobre a palha
Das suas cinzas o novo homem vai renascer.

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9 comentários:

Graça disse...

É isso, querido José... um magnífico soneto, para que não esqueçamos...

Venho desejar-te um Feliz Natal, junto dos mais amas.

Beijo de carinho e natalício.

Fernando Campanella disse...

E parabólicas acolheram a 'pax americana'. Belo, dolorido, soneto, Brandão. Grande abraço, feliz natal a vc, Sonia, e filhos. Sua presença muito me acresce.

Gisele Freire disse...

Que beleza de poema Brandão!
abraços my friend
Gi

EDUARDO POISL disse...

Ele veio para iluminar o mundo.
Mistério de luz,
inunda nosso espírito em ternuras
e modifica nosso modo de agir.
Transforma nosso egoísmo
em ações concretas.
Jesus é esperança
e nos traz paz e felicidade.
Ensina o caminho
e anuncia a salvação.

Linney Jeanne Palma

Desejo a você e sua Família,
um feliz Natal, e muita paz, imbuído
do verdadeiro sentimento de
solidariedade e amor.

Abraços com todo meu carinho

Gaspar de Jesus disse...

Dá que pensar...!
FELIZ NATAL para o amigo JOSÉ CARLOS E FAMILIA.
Abç
G.J.

Luiza Maciel Nogueira disse...

Que lindo soneto! HOje encontrei o teu blog em um artigo que escreveste sobre a poesia, fascinante! TEnha um feliz natal!

ronério rômulo disse...

josé carlos brandão:
te deixo um abraço.
romério

nydia bonetti disse...

São tantas Bagdás... Mas a vida resiste. E os meninos (re)nascem. E um dia - o novo homem.

Beijo, JC.

Unknown disse...

MARAVILHOSO!

Pode não haver mais Bagdas, mas há uma violência que a vinda do menino Deus há de deter.

Beijos, poeta

Um NATAL DE PAZ!

Mirze