sábado, 26 de dezembro de 2009
O múrice e a rosa
Do múrice purpúreo à rosa negra:
as luzes do crepúsculo submersas,
a beleza perdida nas areias.
Por correntes sombrias sou levado,
pelos mares da noite, sob os sonhos.
Sou escravo de aranhas dementadas.
A morte intima o pulso latejante,
quem sou é uma voz e o sobressalto.
O silêncio me explica. Contra o céu.
Ultrapassei o umbral, as vagas dunas.
O amor salva, mergulho restituído.
Mas onde a seiva das estrelas dúbias?
Vivo o limite imposto, concha e pétala.
Não me encontro no espelho, em que me escondo.
Sou o múrice e a rosa, água velada.
__________
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Que beleza Brandão, gosto muito, muito mesmo!
poeta,
vim ler-te,
e deixar um carinhoso abraço.
e votos de dias-novos felizes, sempre que possível!
na paz,
Talita.
Não conhecia o blog.
Está muito bem.
Aproveito para lhe desejar
BOM ANO de 2010.
Um abraço
'...Por correntes sombrias sou levado,
pelos mares da noite, sob os sonhos...'
Muito lindo isso. O poema fala de uma falta, uma ausência, uma composição final com os elementos. Muito bonito. Sinto isso também,Brandão, e às vezes peço para o velador de meus sonhos me aliviar. E escrevendo, me recomponho. Grande abraço.
Postar um comentário