quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Saída de Itaguá



O barco descansa na praia

A rede enrolada como uma teia de aranha ao sol


Urubus ao lado esperam inquietos

Dois atobás passeiam imponentes dentro da água do mar


As ondas brancas quebram-se na areia

O peito branco dos atobás eleva-se muito alto


Os pescadores limpam os peixes, logo jogarão as entranhas

Para os urubus e depois para os atobás no mar


Brilhos de estrelas no escuro da areia monazítica

Onde o mar desenhou árvores delicadas


Procuro as flores e os frutos nos galhos

Eu me ajoelho e contemplo e me recolho à minha concha


O azul do céu e do mar, o verde das montanhas no espelho do mar

Como um cachorro o universo lambe os meus pés.



(Crônica já apresentada aqui, mas como era mais poema que crônica, apresento-a agora em novo formato, de poema. Era tanto poema, tão síntese como um poema quer ser, que não lhe suprimi nenhuma palavra.)

(8-12-08)


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