O barco descansa na praia
A rede enrolada como uma teia de aranha ao sol
Urubus ao lado esperam inquietos
Dois atobás passeiam imponentes dentro da água do mar
As ondas brancas quebram-se na areia
O peito branco dos atobás eleva-se muito alto
Os pescadores limpam os peixes, logo jogarão as entranhas
Para os urubus e depois para os atobás no mar
Brilhos de estrelas no escuro da areia monazítica
Onde o mar desenhou árvores delicadas
Procuro as flores e os frutos nos galhos
Eu me ajoelho e contemplo e me recolho à minha concha
O azul do céu e do mar, o verde das montanhas no espelho do mar
Como um cachorro o universo lambe os meus pés.
(Crônica já apresentada aqui, mas como era mais poema que crônica, apresento-a agora em novo formato, de poema. Era tanto poema, tão síntese como um poema quer ser, que não lhe suprimi nenhuma palavra.)
(8-12-08)
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