segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Edgard Allan Poe


Este poema se desprega do
tempo e compõe um sonho sem memória.
Sua velhice adormecida canta
a mesma repetida história tonta,

na voz ferida de registro torto
constante desatrela o corvo absorto
de outro poema crocitante vate.
Seu encanto repousa em seios ocos

gretados de monótonos torpores.
Os olhos comem terra, sangue e mofo,
a insânia acalentando ovos gorados

num jazigo de lavras e mistério.
Um manicômio de palavras túrgidas
dorme no descalabro da consciência.

Homenagem a Edgard Allan Poe, no bicentenário de seu nascimento (19-01-1809).

2 comentários:

Leonardo Morais disse...

Grande Brandão!

Saudações!

Nesses tempos de internet, a originalidade é quase uma utopia. Acho que a grande rede não se ressentirá da existência de dois blogs chamados poesia crônica... E de qualquer maneira, estou sempre mudando os nomes de blogs, então acho que isso não será um problema.

Em todo caso, gostei muito do que li aqui no seu P.C., de maneira geral. O poema ao mestre Poe é uma homenagem justíssima! Gostei também do seu pequeno ensaio "A morte do poema".

Acompanharei o que você fizer por aqui. Já foi adicionado aos "favoritos" do meu browser.

Obrigado pelos elogios e sinta-se sempre bem-vindo para visitar o "lado de lá"!

Grande abraço,

do Leonardo.

nydia bonetti disse...

José Carlos
Tudo bem? Me afastei um pouco do Overmundo e acho ótimo quando encontro os amigos de lá, aqui fora.
Vim agradecer por estar acompanhando o LONGITUDES e conhecer teus blogs. Gostei muito, mas o link da POESIADEMENOS não abriu.Estarei te acompanhando também viu?
Abraços
Nydia