quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Concha



Os pescadores remam
sob as estrelas.

A lua flutua na água do lago,
prata sobre a prata

brilhando
como um espelho.

Pesa o silêncio
das casas fechadas,

mas uma ou outra luz
bruxuleia ainda.

A urna fechada pulsa
como um coração.

Os teus olhos encontram
os meus, com lágrimas.

A montanha aponta o céu
com as suas árvores nuas,

que dor!
na concha da ausência.

Uma palavra na minha mão
se esfarela como cinza.

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