Os troncos cortados no chão do bosque
São como os homens degolados nas esquinas da cidade.
Não sangram mais, secam, apodrecem.
A terra negra de carvão, as cinzas ao vento.
Uma árvore em forma de cruz abre os braços
E resiste: queima ainda, se consumindo em solidão.
Um pássaro morto num galho caído,
O canto parado no ar, como se ainda cantasse.
Um ou outro tição brilha indeciso
Numa poça d’água, ao desamparo.
Uma estrela se espelha nessa poça
E agoniza, com a dor multiplicada.
Uma flor cresce na fuligem das ruínas
Com o medo cinza corroendo as pétalas diáfanas.
Um comentário:
Olá meu novo amigo.
Passei para conhecer seu blog e deparei com um poema , que para mim é uma reflexão do que vivemos, hoje em dia.
Beijos amigo, voltarei mais vezes.
te agurado em meu cantinho.
Regina Coeli.
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