sábado, 9 de agosto de 2008

A respiração de Deus

Sinto a respiração de Deus na pedra,

Na árvore da aurora.


Estou coberto de água,

No vale dos caminhos sem retorno.


Quem sou? Quem é o poeta?

Sou o espanto do homem plantado na terra.


Sou a raiz do sonho sufocado.

Farejo como um cão o lodo do abismo.


Sou real? Alguém me sonha?

Existo como as coisas, no caos?


Entrei no mar com a minha rede de pescador.

A realidade do peixe tem um peso eterno.


Mas que importa que eu me vá? Que importa que continue?

Somente furando os olhos posso ver Deus.


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