sábado, 26 de maio de 2012

O MORTO DE GIACOMETTI

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MORTO DE GIACOMETTI


Largado em sua cama,
a pele amarelo marfim,
recolhido em si mesmo e já estranhamente distante,
os membros de uma magreza esquelética, projetados, esparramados,
abandonados
longe do corpo,
uma imensa barriga inchada, a cabeça
jogada para trás,
a boca aberta como um objeto, uma pequena caixa, mensurável,
insignificante. 
Então uma mosca aproximou-se do buraco negro de sua boca
e vagarosamente desapareceu dentro dela.
 


2 comentários:

Quintal de Om disse...

Me vem uma imagem agonizante, de morte, de sorte. De buscar sem norte a sua própria raíz.

Beijos, querido.
Sam

Franciéle Romero Machado disse...

Olhando alguns blogs encontrei o seu na página de um outro blog e quis conhecer, também o título me chamou a atenção e então vim por aqui ler...Gostei dos versos não só desse , mas de alguns abaixo que li. Gostei das inspirações aqui escritas e estarei acompanhando seu blog. O convido para conhecer o meu, que é também de poemas.
Parabéns!

Abraço e Boa Tarde!