O MORTO DE GIACOMETTI
Largado em sua cama,
a pele amarelo marfim,
recolhido em si mesmo e já
estranhamente distante,
os membros de uma magreza
esquelética, projetados, esparramados,
abandonados
longe do corpo,
uma imensa barriga inchada, a
cabeça
jogada para trás,
a boca aberta como um objeto, uma
pequena caixa, mensurável,
insignificante.
Então uma mosca aproximou-se do
buraco negro de sua boca
e vagarosamente desapareceu
dentro dela.
2 comentários:
Me vem uma imagem agonizante, de morte, de sorte. De buscar sem norte a sua própria raíz.
Beijos, querido.
Sam
Olhando alguns blogs encontrei o seu na página de um outro blog e quis conhecer, também o título me chamou a atenção e então vim por aqui ler...Gostei dos versos não só desse , mas de alguns abaixo que li. Gostei das inspirações aqui escritas e estarei acompanhando seu blog. O convido para conhecer o meu, que é também de poemas.
Parabéns!
Abraço e Boa Tarde!
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