A ÁGUA CAI
Ouves a água
que cai? Como um piano
a água cai.
Como um tigre,
como uma águia, como um homem
a água cai.
É um ruído
familiar, em sua estranheza, a música
da água que
cai.
Das montanhas,
dos desfiladeiros, de cavernas misteriosas
a água cai.
Vem de muito
longe, de uma distância infinita, do eterno
a água que
cai.
Não corre
separada do sangue, a água
que lava o
mundo. A água
que afoga o
mundo. O espírito
líquido
que ilumina o
mundo com a sua escuridão definitiva.
Eu venho das águas
caindo, eu venho do espírito
que purifica
a minha lama, com
a sua
lava. Eu vou
para as águas, origem e fim do meu périplo.
J. C. Brandão
3 comentários:
Beleza daquelas que só a intimidade com a poesia pode construir.
Beijo pra você.
"Busquei" Raquel...encontro-a em bronze, abraçada por você, pela menininha...Aí, gostei daqui, li mais e mais, vindo cá, pro começo...lendo a água, em poesia...
Não tem jeito, já me "instalei", vou voltar <<<
Um abraço, Brandão
da Lúcia
Água como origem de tudo, inclusive como anúncio da escuridão... estou me identificando com as últimas poesias, brandão! abs
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