NO MURO DAS LAMENTAÇÕES
Rabiscou seus desejos e os enfiou numa fenda
no Muro das Lamentações.
“Foi atendida?”, perguntou um cético,
“não é o mesmo que estar falando com pedras?”
Ela não tirou os olhos do Muro, movendo continuamente
os lábios trêmulos. Eu mesmo tive que responder:
“Ela
fala com pedras. Deus escuta.”
Bombas caíam não muito longe. No Muro apenas se ouvia
o silêncio de Deus.
AS CHAGAS
Pôs o dedo em minha chaga: queimava.
Pus o dedo em sua chaga: iluminava.
A sua chaga e a minha chaga são uma só chama
e queima e ilumina a noite mais escura.
Os cravos são de ferro e ferem a carne pobre.
Os cravos são de ouro e coroam a alma nobre.
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9 comentários:
Lindos e profundos versos gêmeos...abraços,chica
A Fé é algo tão íntimo que não permite comentários.
Um prazer esta leitura.
Um beijo
Meu querido poeta!
Um primor os dois poemas.
"O Muro das Lamentações", balançou meu coração. Emocionou.
MUITO!
Beijos
Mirze
com fé não se discute...
até pedra vira amuleto!
beijo, querido.
(agradeço sua luz no trem da lira)
Pois é, esses assuntos me deixam meio assim, assim....o poema é lindo. Às vezes, sinto "inveja" de sua fé.No bom sentido. Beijo
E Deus escuta mesmo! a fé não tem lugar ideal para ser expressada.
Um abraço.
Abraços
Me quebrou hehehe...
Raramente me acontece isso mas fiquei sem saber o que dizer.
Eu tive o prazer de conviver com esse gênio na condição de seu aluno...e deixei escapar uma chance preciosíssima que a vida me deu de absorver seu conhecimento. Bom, quem sabe aqui possa resgatar isso?
Doces e flutuantes... libélulas tb flutuam...
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