Arte poética
Quero escrever como um velho que tece a sua rede
até gastar os olhos e os dedos, como Penélope
à espera de Ulisses, como Ulisses
enfrentando a morte mil vezes.
Quero escrever como o ferreiro moldando o ferro em brasa
na forja, como o escultor moldando
a pedra fria,
como um louco
tirando leite da pedra
e bebendo.
Quero escrever como uma criança
esperando a pedra florescer.
Quero escrever como o meu pai
preparando a terra
e esperando
a chuva e o sol,
o tempo de plantar e o tempo
de colher.
A poesia é um longo exercício de paciência.
A palavra precisa morrer, como a semente, para renascer.
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12 comentários:
Brandão querido,
Vejo seu desejo concretizado, nas tintas desse belo espaço poético.
Bjs e boa quinta
Um poema belíssimo, Brandão. Feliz natal, tudo de bom!
bjs.
A palavra morre e se transforma dentro da poesia
Tudo se transformar, palavra inclusive, É de uma beleza esclarecedora essa poesia, beijos!
Meu querido Poeta
Como sempre o poema Fala...e nas palavras renasce vida, adorei como sempre o que escreve.
Beijinhos
Sonhadora
TEORIA DA EMANCIPAÇÃO
o poema é o último verso,
é sempre o último verso
o responsável por fechar
uma incompletude.
e é isso a poesia,
ainda que muitos escrevam
outras coisas
com o mesmo nome.
Sylvia Beirute
↓
Ex crê ver...
Ex crê ler!
Ex CREsCER...
Rever, reinventar...
reescrever!
:)
"A palavra precisa morrer, como a semente, para renascer".
Um poeta que sabe o que diz, parabéns!
Um abraço
Lindíssimo, JC.
Também quero....Bj
Só mesmo você José Carlos!
....poderia fazer um poema assim, onde se sente a emoção da hora da criação!
BRILHANTE!
Beijos
Mirze
Muito bom! Essa humildade no querer é que lhe confere uma atmosfera feita de ouro!
Abraços!
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