segunda-feira, 20 de setembro de 2010
A borboleta translúcida
A borboleta translúcida
A borboleta translúcida voa
De folha em folha, de pétala em pétala.
O sol brinca no cristal luminoso
De suas asas mágicas.
Os peixes dourados, no tanque d’água,
Deslizam silentes.
A flor branca pende a corola
Para a pedra impiedosa.
O verde da paisagem nunca é o mesmo,
Na cerca da luz vária do dia.
Um pintassilgo, delicadamente,
Pousa num galho da roseira.
As antenas da borboleta
Captam imagens perecíveis,
Indigitam o seu destino
No labirinto, sempre novo, da vida.
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7 comentários:
Quantas imagens lindas, mesmo perecíveis!
Beijo.
Ai, ai...fazer o quê? Só desfrutar das belas imagens e sensações que seus poemas me trazem...beijo.
Brandão,
Devir, devir: Heráclito na seiva e nas asas.
"O verde da paisagem nunca é o mesmo"
Abraços.
Poema flexivel como o da borboleta,
lindo,bjs.
querido poeta das coisas que ninguém vê,
sua poesia é uma fotografia gentil da vida natural e suas deslumbrantes criaturas de mil formas,
muitas cores, um só mundo, o seu!
parabéns por olhar com tanta perícia para o máximo do mundo mínimo.
um beijo.
Primor de postagem, Brandão, um delicado poema tocando no angustiante tema da brevidade da vida, porém de uma beleza tão leve, translúcida.... as borboletas nos ensinam o tudo no instante, a beleza por si, a vida em fruição. Sim, Deus concede-nos a leveza nos labirintos da criação.
Belo poema, bela foto da Sônia.
Grande abraço.
Brandão, que bom te conhecer, obrigada pela visita... e, aliás, volte sempre... Será muito bem vindo. Adorei seu blog, e dele extraio essa frase ótima:
"Se é verdade que sou poeta pela graça de Deus – ou do demônio – também o é que o sou pela graça da técnica e do esforço, e por dar-me conta em absoluto do que é um poema.” (García Lorca)
Pelo que andei lendo, te define bem, você é ótimo.
Beijo
Carla
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