Coisas da terra
Eu falo das coisas da terra
Das plantas e dos bichos simples
A figueira na frente de casa
Os caracóis subindo na parede.
As jabuticabeiras pretas
Os sabiás com o mamão no bico
O bezerro Bito no pasto
Com o dia verde nos dentes.
Falo palavras redondas e úmidas
O café no terreiro ao sol
A água limpa vinda do mato
E a vaca Moela mugindo.
O cavalo cavalga no sonho
Tenho terra nos olhos e na língua
O milharal e os cafezais floridos
E o galo com o sol na garganta.
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11 comentários:
Coisas da terra com muita alma por dentro.
Realço os versos:
"Com o dia verde nos dentes."
"O cavalo cavalga no sonho"
Um beijo
Poema da Terra (Brasil),
cada linha é um poema em si. como já ressaltado acima: " ...o dia verde nos dentes..." ficou simplesmente magnífico.
Poema de nossa terra Brasil, para os nacionalistas e Terra para os sem fronteiras.
Inspirador!
Forte abraço
Enquanto leio teus versos lembro um pouco de Fernando Pessoa e um tanto de Almir Sater "Então, os "óio" dos bichos são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso, sem medo, nem dó, nem drama"
Bjs!
Linda demais a sua poesia, José Carlos!
Produz-me um doce encantamento...
Grande abraço
poeta,
desde que me pus a ler os seus versos não houve um que não me comovesse,
hoje ao ler o belo poema "A Figueira" e depois o maravilhoso "Coisas da Terra" eu fiquei mais uma vez feliz por ter a oportunidade de conhecer os seus poemas. morei alguns anos em uma fazenda e o bezerrinho aí da foto me lembrou bastante o primeiro que vi nascer e batizei de topázio. a vida em um lugar cercado de natureza é diferente no fluir e você consegue transpor para a poesia aquela delicada diferença que existe entre respirar aqui e respirar entre os elementos surpreendentes da vida perto da vida. é emocionante ler sua obra.
grande abraço.
Sim, suas palavras umedecem.
Foto muito fofa!
Beijo.
Eta, Eta...se vc fala das coisas da terra, nós as sentimos. Lindo. Beijo
é como se eu estivesse lá na crista amanhecente dos galos.
Belíssimo!
José Carlos, ter o sol na garganta irradiando para os dedos e as mãos do poeta!
Dá para sentir o cheiro da terra!
Beijos
Mirze
Parabéns, meu grande amigo, tudo aqui muito bonito: imagens, prosa, poesia... Que bom ter um poeta como gente simples, comum, com o canto da terra nos poros, na língua, na alma.
E desejo a você muitas alegrias no lançamento do novo livro.
Abração,meu irmão em versos.
Brandão,
Indiscutivelmente é esta a tua dicção.
;)
Abração!
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