terça-feira, 27 de julho de 2010

Coisas da terra




Coisas da terra

Eu falo das coisas da terra
Das plantas e dos bichos simples
A figueira na frente de casa
Os caracóis subindo na parede.

As jabuticabeiras pretas
Os sabiás com o mamão no bico
O bezerro Bito no pasto
Com o dia verde nos dentes.

Falo palavras redondas e úmidas
O café no terreiro ao sol
A água limpa vinda do mato
E a vaca Moela mugindo.

O cavalo cavalga no sonho
Tenho terra nos olhos e na língua
O milharal e os cafezais floridos
E o galo com o sol na garganta.

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11 comentários:

Lídia Borges disse...

Coisas da terra com muita alma por dentro.
Realço os versos:
"Com o dia verde nos dentes."
"O cavalo cavalga no sonho"

Um beijo

Cristiano Melo disse...

Poema da Terra (Brasil),
cada linha é um poema em si. como já ressaltado acima: " ...o dia verde nos dentes..." ficou simplesmente magnífico.
Poema de nossa terra Brasil, para os nacionalistas e Terra para os sem fronteiras.
Inspirador!

Forte abraço

Luiza Maciel Nogueira disse...

Enquanto leio teus versos lembro um pouco de Fernando Pessoa e um tanto de Almir Sater "Então, os "óio" dos bichos são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso, sem medo, nem dó, nem drama"

Bjs!

Zélia Guardiano disse...

Linda demais a sua poesia, José Carlos!
Produz-me um doce encantamento...
Grande abraço

Eleonora Marino Duarte disse...

poeta,

desde que me pus a ler os seus versos não houve um que não me comovesse,

hoje ao ler o belo poema "A Figueira" e depois o maravilhoso "Coisas da Terra" eu fiquei mais uma vez feliz por ter a oportunidade de conhecer os seus poemas. morei alguns anos em uma fazenda e o bezerrinho aí da foto me lembrou bastante o primeiro que vi nascer e batizei de topázio. a vida em um lugar cercado de natureza é diferente no fluir e você consegue transpor para a poesia aquela delicada diferença que existe entre respirar aqui e respirar entre os elementos surpreendentes da vida perto da vida. é emocionante ler sua obra.

grande abraço.

Anônimo disse...

Sim, suas palavras umedecem.
Foto muito fofa!

Beijo.

Adriana Godoy disse...

Eta, Eta...se vc fala das coisas da terra, nós as sentimos. Lindo. Beijo

Ribeiro Pedreira disse...

é como se eu estivesse lá na crista amanhecente dos galos.

Unknown disse...

Belíssimo!

José Carlos, ter o sol na garganta irradiando para os dedos e as mãos do poeta!

Dá para sentir o cheiro da terra!

Beijos

Mirze

Fernando Campanella disse...

Parabéns, meu grande amigo, tudo aqui muito bonito: imagens, prosa, poesia... Que bom ter um poeta como gente simples, comum, com o canto da terra nos poros, na língua, na alma.
E desejo a você muitas alegrias no lançamento do novo livro.
Abração,meu irmão em versos.

Marcelo Novaes disse...

Brandão,


Indiscutivelmente é esta a tua dicção.


;)





Abração!