segunda-feira, 14 de junho de 2010
O monte em chamas
O monte em chamas
O sol incendiava as árvores.
As casas se balançavam nas chamas.
Os cavalos queimavam na estrada.
Os meus olhos estavam acesos no barranco.
O mato era uma fogueira fumegando.
As vacas flutuavam com as labaredas.
Eu pisava o carreiro das formigas loucas.
O vento levava o fogo das coivaras.
O touro escarvava o chão das figueiras.
Os cachorros vermelhos ganiam.
O grito do sabiá engravidava o dia.
Eu bebia o leite e o sangue da terra
Abraçado à árvore alta do horizonte
No dia grande sobre o monte em chamas.
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7 comentários:
Tanta vida que "engravidam" a poesia de metáforas, alma em transformação, natureza em transmutação.
Bjs.
O fim da tarde leva ao céu uma chama vazia, logo se dissipa.
Beijo.
"O grito do sabiá engravidava o dia." A beleza de sua poesia deixa prenhe a alma. beijo.
Beber o leite e o sangue da terra, num tempo de labaredas. A terra é mãe. E tua poesia, trágica e linda..
bjs
Muita beleza para comungar. Você põe um toque mágico em seus textos.
Fiquei toda prosa com o que você disse sobre meu poema, JC.
Valeu mesmo!
Brandão,
Incandescente.
Abração.
O verso: "O grito do sabiá engravidava o dia".Bravo!
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