sábado, 26 de junho de 2010

Berço




Berço

Fazia um silêncio bom debaixo da árvore.
Ela me abraçava com todos os galhos.
Um joão-de-barro construía a sua casa.
Um beija-flor pairou no ar, me beijava.

Caíam folhas muito devagar
Como se o tempo tivesse parado.
As réstias de sol teciam bordados mágicos
Que se transformavam ao meu olhar.

Pétalas brancas flutuavam.
Um sanhaço voava de galho em galho
E mudava de tom de azul quando pousava.
Uma corruíra pulava de uma a outra raiz.

O perfume me inebriava, eu flutuava.
A árvore me embalava, não dizia nada.
Uma aranha tecia a sua teia
Com paciência, sem pressa nenhuma.

________

Foto: Flor sobre água

14 comentários:

Graça Pereira disse...

Este poema é um hino à natureza...tão fresco e surpreendente como ela...
Beijo e bom fds
Graça

chica disse...

E assim, sem pressa nenhuma, fiquei aqui a te ler e me inebriar da tua poesia!LINDA! abração,chica

Luiza Maciel Nogueira disse...

a teia da vida constrói a poesia. Bela poesia em comunhão com a natureza.

bjs.

Lídia Borges disse...

De uma paz inefável...

Essa árvore!... Também a[lhe] quero.


Um beijo meu

Anônimo disse...

O abraço da árvore é uma imagem e tanto, o poema chega a ninar.

Beijos.

Anônimo disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Fabrício e cheguei até vc através do blog seara de versos. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir meu blog Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. Estou me aprimorando, e com os comentários sinceros posso me nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs



Narroterapia:

Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.


Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.


Abraços

http://narroterapia.blogspot.com/

Unknown disse...

Brandâo!

Esse silêncio e paz, junto ao abraço da árvore e canto de pássaros, realmente foi construído sobre a beleza da natureza. O detalhe da teia de aranha me encantou.

Belíssimo!

Beijos

Mirze

Claudia Almeida disse...

A natureza embala a árvore e o poeta tece o poema, lindo,bjs.

tania não desista disse...

a natureza nos mima...precisamos
aprender a enxergar!
doçura de poema...verdadeiro em todos os sentidos!
fechar os olhos...ser testemunha ocular!
bj
taniamariza

Adriana Godoy disse...

JC, vc traz a mais bela natureza, um sentimento de paz e harmonia, uma vontade de acreditar e de sentir. Como gosto de vir aqui! É uma viagem boa, muito boa. Beijo.

Gerana Damulakis disse...

Quando chego aqui, deixo que sua poesia me invada.

Sylvia Araujo disse...

Senti o cheiro daqui, de mato, de chuva, de terra e riacho. e o som inconfundível do coração da natureza - aqui, bem dentro de mim.

Obrigada pela viagem mansa, José Carlos.

Beijo

Eliana Mora [El] disse...

aranha tece e o poeta mostra [ou também tece] na paz/ousadia/ciência que lhe cabe


beijo.

Rafael Noris disse...

Lindo, lindo, lindo, esta conexão com a natureza... você fala de todos estes detalhes ao redor e, na verdade, o leitor sabe que isto tudo é uma única coisa. É o Um.

Abraço!