domingo, 20 de junho de 2010
Na tarde de sol
1. Na tarde de sol
Na tarde de sol, sem nenhuma sombra,
O canto da cigarra quebra pedras.
O capim gordura cintila.
O pássaro se ajeita no ninho.
A árvore cabe na palma da minha mão.
As garças velam o sol refletido no lago.
O vento encrespa a água.
O martim-pescador se exibe na margem.
As amoras vermelhas pendem de um galho.
O pinheiro em chamas com tanto sol.
Uma teia de aranha equilibra-se
Entre a árvore e o telhado da casa.
Caminho na areia molhada.
Meus olhos revoluteiam com as folhas secas.
2. Composição
As vacas no pasto ao sol, sob tanto azul,
Pastam o verde com paciência.
Nem se importam com a sombra das árvores,
Foram fisgadas pelo anzol do pasto verde.
A árvore eleva a copa ao céu.
As folhas brilham, o sol escorre pelo tronco.
A pomba era tão azul
Marchando na grama verde.
A roda d’água é mágica.
A água brilha tanto, a roda gira.
A vida gira tanto, a vida brilha.
O sanhaço azul contra o verde das folhas
Degusta um a um os coquinhos amarelos.
Sinto o perfume e o sabor de tanta cor na paisagem.
3. Sombra verde
A sombra das nuvens sobre os montes
Torna mais vivo o verde próximo.
As árvores esplendem.
A montanha esplende ao sol.
O céu muito azul,
Poucas nuvens, paina branca, esfiapada.
A paisagem do campo verde.
O pinheiro e eu ansiamos pelo céu azul.
Várias árvores, muitas árvores.
Uma cerca no horizonte
Limitando o campo verde.
Outra cerca no meio do campo
E alguma sombra esparsa.
Um boi solitário rumina a manhã.
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A postagem anterior,“O calor do sol”, é de 9-6-10.
Na de hoje, “Na tarde de sol”, os primeiro poema é de 1-5-10, e os dois outros são de 8-5-10.
“Composição”, anoto aqui porque acho que é um bom título, foi nome dado pela Sônia. Ela disse simplesmente: “É uma boa composição”. Esse é um nome que eu poderia ter dado a muitos de meus poemas. Fica para este.
O verso “O pinheiro e eu ansiamos pelo céu azul” já apareceu aqui neste blog, numa foto.
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7 comentários:
"Sinto o perfume e o sabor de tanta cor na paisagem".
Tirou as palavras dos meus olhos.
Beijos.
A natureza é matéria prima da poesia, ao lado da saudade.
Boas composições....dá mesmo pra sentir o gosto dessa paisagem que nos sensibiliza tanto....JC, vc é mesmo um artista. Bj
Poemas solares, como imagem e como sentimento. De lavarem a alma.
Um abraço.
extasiada com tanta beleza nos verdes campos dos teus versos.
Beijos
Tudo muito lindo, divino, maravilhoso!
Espaço pra gente encontrar e nunca mais esquecer...
Aqui respira-se poesia!
Grande abraço!
José Carlos!
Impressionante a beleza em múltiplas facetas neste espaço.
A poesia, imagem e músicas, plangem.
Fantástico!
Beijos
Mirze
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