Cotidiano
As folhas caindo na porta de casa.
Um grilo reclamando numa fresta.
Uma pipa pendurada no telhado.
A menininha cheia de picadas de pulga.
Estou na janela, o meu cachorro dorme
E o sol quente lá fora.
Um ganso espia através da cerca.
Que idade terá aquele peru tão enrugado?
Um caramujo sobe na parede sem pressa.
O vento farfalha o capim do pasto.
A borboleta revoluteia entre os canteiros.
O gato boceja com preguiça.
O mosquito zune contra a vidraça.
A árvore dança com a brisa morna.
O mesmo céu azul de todo dia.
A água cai, interminável, da caixa d’água.
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11 comentários:
adorei, principalmente a parte do peru enrugado.
beijo
Impressionante como retratas as pequenas coisas do cotidiano.Nos leva junto pra cena!abração,chica
Sempre achei que os grilos reclamavam tanto, aquele ruído deles não deve ser boa coisa, rs.
Abraço.
Ah... Quanto tempo sem vir aqui, pudera eu ter um lindo cotidiano assim,ver e observar espetáculos assim, até os grilos reclamam por tua casa querer habitar... Beijos
E um dia descobriremos que toda a filosofia e a poesia do mundo redise em nosso quintal.
Lendo e ouvindo Edith Piaf-Non je ne regrette rien.
Bela parceria!
Beijos
José Carlos Brandão,
o fértil e divino cotidiano
com todas as suas revelações
e travessuras.
Forte abraço.
Coloquei em dia as leituras das postagens (minha internet está lenta): li tudo, não posso deixar de acompanhar sua poesia. Há comunhão entre nossas sensibilidades poéticas.
a lara tem razão, porque será que os grilos reclamam tanto, suas cenas lembrm me muito o interior.
ah que saudade, que bom este cotidiano!
Obrigada, José!
Beijo
Gostei de seus poemas, são naturais... Você retrata a natureza de um jeito peculiar, gostoso. Vale a pena, ler um poema desses para começar o dia.
E uma dica, talvez eu esteja olhando muito pelo lado da estilísta, mas percebi que você inicia seus versos quase sempre com artigos o que torna o poema um pouco repetitivo.
Saudações Literárias
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