sábado, 12 de junho de 2010
Amanhecer no bosque
Amanhecer no bosque
Os meus passos na terra úmida do bosque,
Nas fundas pegadas fica um pouco de mim.
Caminho entre as árvores desviando-me,
Os galhos caem com as folhas molhadas
E pairam diante dos meus olhos em êxtase.
Pairo fora do tempo, num istmo do eterno.
O sangue de uma rosa escorre no meu peito.
Um melro me traz uma estrela nas asas.
As borboletas valsam entre as flores.
Um cachorro fareja a margem da água.
As abelhas carregam o ouro ao sol.
Um cavalo relincha na minha garganta
E eu cavalgo para a água limpa do dia
Insensato e lírico como um galo no anzol.
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Este poema tem alguns anos.Mas pertence aos meus poemas telúricos, está no livro Memória da Terra (que está saindo do prelo).
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13 comentários:
Poemas que são como quadros em uma galeria, paisagens que são poemas. As imagens da imaginação e as palavras recriando o que se vê.
Uma riqueza de criação, JC.
Abraço.
Poema-jardim... ;)
Teus poemas sãosempre muito lindos e merecem estar em livros mesmo!Sucesso!abração,chica
Seus poemas são muito bem lapidados, meu caro! As imagens, belíssimas!
Abraços,
Lou
A poesia é intemporal, quando é verdadeira, como a tua. Revi-me neste teu soneto. Lindo.
Beijo de carinho, querido José.
Brandão,
Estrela trazida na asa sempre é presente. Nunca encomenda.
Abraços.
JC, realmente, quadros se fazem na leitura, paisagens fortes e doces. Muito bom de ler, de sentir e de criar.Bj
que lindos, zé carlos... poema e imagem...
rapaz, seu blog é um cloírios pros meus olhos doridos.
e vermelhos.
abração do
roberto.
Fantasias...lindos versos!
um abraço, ótima semana
Faz tanto tempo que não vejo um dia amanhecer, Brandão, embora more no mato. Vi hoje, através do teu poema. Sou uma contempladora dos entardeceres... Beijos!
Memória da Terra: ansiosa para ter entre as mãos.
A Dade disse muito bem. Tudo aqui é pintável!
Beijos.
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