sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Equilíbrio



Equilíbrio

Colore a manhã a seda simples da brisa.
Uma garça valsa na margem do rio,
O sol doura a água.
Venha beijar comigo o orvalho dos nenúfares.

O tuiuiú se levanta da água
Com um peixe de ouro no bico.
A pena da paisagem era de ouro e prata,
Cada vez mais florida a plumagem do dia.

As taboas deixavam cair os pendões
Em reverência ao azul do céu e da água.
Uma borboleta saltita no ar

Entre as florinhas amarelas.
Um flamingo equilibra
A perna fina do silêncio.

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9 comentários:

Adriana Godoy disse...

JC, quando leio seus poemas tão imersos na natureza, sinto uma vontade louca de vivenciar de fato essas belezas. Seu poema está tão bonito que faz sonhar e desejar. Parabéns. beijo.

Talita Prates disse...

Só quem sabe a delícia da ruralidade é capaz de captar toda o prazer da tua escrita.
Eu moro num sítio, eu consigo esse privilégio.
Lindo, poeta!

Um bjo.

chica disse...

Que maravilha e esses últimos versos, são de arrasar de tão lindos.abração,tudo de bom,chica

BAR DO BARDO disse...

"Isto não é um cachimbo."


- é perfeição!

Marcelo Novaes disse...

Brandão,



Tua palavra tem apontado cada vez mais para o silêncio. Não mais "o silêncio emoldurando o dito", mas "o dito criando o nicho do/ para o silêncio". É uma bela busca/ achado. Aplaudo tanto o resultado quanto o gênero de impulso que enxergo por detrás do dito.






Abraços.

Gerana Damulakis disse...

Um poema que descreve e que traz outro poema escondido.

nydia bonetti disse...

Tua poesia sempre me passa tanta serenidade, tanto equilíbrio, Brandão. Uma sabedoria quase oriental e a beleza do simples que tanto admiro e cultivo. beijo.

Hotel Crônica disse...

JC,
(tomo a liberdade de assim o chamar pois é como chamo meu pai (josé carlos)).
Incrível seu site...
Farei visitas constantes,
suas poesias são muito líricas e inspiradores...
Seria uma grande honra se um escritor tão bom quanto você fizesse uma visita a um poeta ainda iniciante.
www.hotelcronica.blogspot.com

Parabéns pelo blog !

Fernando Campanella disse...

Boa noite, Brandão. Como Gerana disse acima, dois poemas: o descritivo, dos afazeres naturais, do ciclo da vida se repetindo, e o da grande sabedoria budista, do Tao te King, aquele lugar da alma, secreto, onde os reinos se fundem.
Grande abraço, meu amigo.