quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
A copaíba
O sangue verde nas veias
As folhas verdes gritam
O tronco gordo se esparrama
A grande copa cobre a areia branca.
Os galhos vertiginosamente para os lados
Como se não houvesse espaço acima ou abaixo
A copa baixíssima cobre a cidade
Os galhos larguíssimos abraçam os quatro pontos cardeais.
A árvore em oração de joelhos no seu diminuto altar
Um candelabro de folhas verdes louvando a Deus
É a mãe ungindo com o óleo a terra como um filho.
A copaíba é o símbolo da vida contra a farinha da morte
É o universo que nos estende os braços
São os braços de Deus abençoando a cidade.
________________
A copaíba estava no caminho onde se abriria a avenida Getúlio Vargas, em Bauru. Sacrificar a árvore? Nunca. A copaíba continua lá, no centro da avenida. Porque não é uma simples árvore, mas o símbolo da cidade. Um monumento vivo. Contra a farinha da morte. Esbanjando o seu sangue verde, como que fertilizando esta terra.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Magnífica!
O texto, um hino à Natureza, à Vida.
L.B
Que beleza! Linda imagem, lindo poema...e que a copaíba resista muitos e muitos anos. Beijo.
Coincidência, Brandão, estava aqui agora, sem encontar palavras diante deste teu poema. Também vejo braços estendidos quando vejo grandes árvores, mas me parecem braços humanos, tentando tocar o criador. Que bom saber que esta, resiste. Beijo.
Brandão: um poema sobre/para uma árvore que me encantou.
Olá José Carlos
Obrigado pela visita.
Votos de Feliz Carnaval
Abç
G.J.
Brandão,
Seu poema é ode à copaíba e à cidade que não se rendeu. Isso é raro. Depende da sensibilidade e bom senso de seus cidadãos.
Abração,
Marcelo.
Postar um comentário