quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A púrpura vária




Eu me perdi nas dunas do poente,
ouro selado no caminho das lágrimas.

Que palavra o desígnio vence?
A noite é o limite do mistério.

Uma pálpebra tímida me escuta,
inútil o exercício da procura.

As vagas se detêm na praia cinza,
a aranha tece o véu de orvalho e nácar.

No labirinto da linguagem cega,
eu velo a flor do abismo.

Estou perdido, além das evidências.

_______

10 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Poeta
Belo poema.

No labirinto da linguagem cega,
eu velo a flor do abismo.

Diz-me tanto.

beijinhos

Sonhadora

Victor Gil disse...

Amigo J. C.
Tenho andado um pouco afastado, mas porque estou a reorganizar-me. Acontece que consegui entrar para a pre-reforma. Agora tenho que organizar o meu pc de casa, porque tinha muita coisa no pc do trabalho.
No entanto não tenho deixado de ler sempre os seus excelentes poemas.
Um abraço
Victor Gil

Anônimo disse...

Se perder assim é se achar?
Bjs.

chica disse...

Perdido maravilhosamente em meio aos lindos versos e poesia...Lindo! abraços,chica

João A. Quadrado disse...

[para além das coisas finitas,onde se escondem as revelações de cada original dúvida? estaremos nós perdidos no deserto da areia de vida, ou terá o mar que adormece nos perdido nesse caminho que apela?]

um imenso abraço

Leonardo B.

EDUARDO POISL disse...

-- Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba.
Não ame por admiração,
pois um dia você se decepciona.
Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação.
Madre Teresa de Calcutá

Desejo uma linda semana com muito amor e carinho.
Abraços

Elma Carneiro disse...

Bela foto para um belo poema como sempre.
Bjs

Gisele Freire disse...

Belíssimo Brandão!

bj
Gi

BAR DO BARDO disse...

... ai, a flor do abismo...

Fernando Campanella disse...

Muito lindo este poema, imagens de desassossego, belíssimas. Destaco:

"...No labirinto da linguagem cega,
eu velo a flor do abismo.

Estou perdido, além das evidências."

Grande abraço, meu amigo.