terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cristal




Estátua, estou só
no parque, no tempo.

Que forças, terríveis,
me açoitam?

Que forma componho
do sangue dos mitos?

(Miragem, resisto
à fala da serpente.

Pombos voam no céu azul,
não me pousam no peito frio.

O real passa por mim
como uma nuvem.)

_____

10 comentários:

Lídia Borges disse...

Interessante esta perspectiva... O mundo visto pela estátua quando ela está ali para ser admirada pelo mundo

L.B

Sandra Botelho disse...

O mais triste amiga é que algumas pessoas são como essa estátua descrita por ti.
Bjos meus!

Júlio Castellain disse...

...
Bem, bem poeta...
Abraços
...

Victor Gil disse...

Amigo J.C.
Ora bem! O vencedor é:

"Pombos voam no céu azul,
não me pousam no peito frio."

Nem deitam nada cá para baixo rsrsrsr...
Um abraço
Victor Gil

Anônimo disse...

esta fotografia de entrada seguida desta poesia fizeram um sorriso enorme no meu coração, obrigada :) um grande beijinho*

nydia bonetti disse...

Já me senti assim, estátua de cristal transparente... Irreal.
Adorei, Brandão!

beijo.

Edson Bueno de Camargo disse...

Transparentes é o que somos.

Marcelo Novaes disse...

Brandão,



Espessa, porque sem a moldura-do -olhar-dos-homens.




Abração,








Marcelo.

Fernando Campanella disse...

O real passa por nós como uma nuvem, e os pássaros voam no azul não pousam em nosso peito frio. Somos estátuas quando passamos, quando esgotamos em nós o sangue dos mitos.
Grande abraço, meu amigo.

BAR DO BARDO disse...

Muito e pouco. Medidas perfeitas.