É o fim do mundo, grita a haitiana.
A terra tremeu,
o fogo queimou,
as casas caíram.
Vítimas sangram no meio da rua.
Um soterrado pede ajuda,
uma mão sai de uma parede,
uma cabeça sobre uma pedra.
Corpos, corpos, corpos.
Ainda está balançando,
eu não posso ficar neste lugar,
preciso de ajuda.
Gritos, gritos.
Zilda Arns morreu numa igreja.
Um menino olha para o céu.
Deus não vê a dor dos homens,
eu sofro, eu cego Deus.
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11 comentários:
Um horror mesmo, a natureza é cega ou são os homens que não a entendem? Mas, se observarmos um pouco, quanto da vida natural destruímos, sem dó ou respeito. Dizimamos rios, árvores, corrompemos tudo, em nome do ganho, do lucro, da dominação. Pensando melhor, a natureza é o que é, com suas forças, sua beleza e fúria. Nós vivemos por circunstância.
Por outro lado, são os homens que inventam um Deus justo? Dizem que Deus escreve direito por linhas tortas. Mas acredito neste Deus inventado (ou revelado) aos homens. Nada o abala.
Questionamentos à parte, cruel demais de se ver o drama dos haitianos. Passaram e estão passando um inferno na terra. Muito bonito também de se ver é a solidariedade, aviões lá chegando, médicos sem fronteiras, pastorais... Um lenitivo, um abraço, em dor tamanha.
Grande abraço, meu amigo.
O poema é já uma homenagem às vitimas e um grito de revolta pela impotência do Homem face à força da Natureza.
L.B.
Amigo J. C.
Como dizia um bloguista que visitei, faz pouco tempo, a terra está zangada. Ali morreu a vossa conterrânea Zilda Arns.
A minha solidariedade com os povos atingidos pela tragédia.
Um abraço
Victor Gil
Difícil, não?
resta aos vivos:
remontar destroços
enterrar seus mortos
linhas e linhas de olhares
entrelinhas de chorar
fé é um par de asas
a hora é de voar
Abraços, meu caro!
Quanta dor,
quanto desespero.
Que Deus Estenda suas mãos
e de força a todos eles.
Bjos meus querido!
↓
Deus criou a natureza.
O homem a casa de DEUS...
Se igreja fosse casa de DEUS,
não cairíam...
O homem destroi tudo, todo dia.
Nem dEUs salva mais!
TRISTE!
Ai de mim
HAITI
Ai de nós!
...
:-(
Somos mesmo tão frágeis... A vida sempre por um fio. Difícil compreender. Difícil.
beijo.
E somos tão pequenos...
Senti o teu poema.
Beijo de carinho, José.
Um golpe miserável...
De fato, para a haitiana foi o fim do seu mundo. E brincar de deus não será pecado: cada um pode ter seu turno, dando sua ajuda na reconstrução do mundo dela.
Brandão,
O nosso ver é tardio. Ou póstumo.
Abração,
Marcelo.
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