segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
600 cruzes
As crianças carregam suas cruzes
Proclamando a verdade nua e crua:
“O lugar de criança não é a rua.”
São seiscentos meninos carregando,
Às costas, cada um a sua cruz
Lembrando a todos os desocupados
Que o lugar de criança não é a rua,
Lembrando que nós somos os culpados
De as crianças não terem pai nem mãe,
De viverem catando lixo podre,
De disputarem com os urubus
A carniça da vida, as imundícies
Que o rico desbundado joga ao pobre.
Voltaremos ao pó nós todos nus.
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Escrevi este poema em abril de 2009, quando vi a mais bela manifestação de minha vida.
Em Fortaleza, praia do Meireles, Volta da Jurema, 600 meninos carregando cruzes, denunciando o abandono das crianças de rua.
Mostro somente agora o poema, como uma forma de participar da denúncia desse grave problema humano.
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8 comentários:
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Homem em cruz ilhado!
Muito bem lembrado Brandão!
Sou solidário...
┼ ┼ ┼ ┼ ┼
Abraços!
O mundo deveria ter mais pessoas como vc!
Bjs.
Olá Brandão, muito bonito esse poema, amigo! Além de lhe fazer uma visita, estou lhe convidando para dar uma passadinha em meu blog, que hoje comemora um aninho de existência. Guardo um pedacinho do bolo pra você!
Um forte abraço, amigo...
Edward de Souza
Caro Brandão,
Sem dúvida. movimentos como o dessas crianças, com suas cruzes, não pode passar desapercebido. Também aos poetas cabe dar relêvo a tais gestos de cidadânia. E foi o que você fez, e com a marca de seu talento. Parabéns.
Um abraço,
Pedro.
Assino!
Brandão,
O poema retumbou como uma passeata.
Abração,
Marcelo.
Imagem poderosa !
Em boa hora aqui passei ...
abraço a ideia e o poeta
(saio emocionada)
iv*
Poesia social, sim, também, somos participantes do mundo e as injustiças nos gritam, bem mais. Grande abraço.
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