terça-feira, 22 de setembro de 2009

A estrela da noite - poemetos




A ESTRELA DA NOITE

A estrela da noite,
branca e vermelha,
sorri para a cidade.


DILÚVIO

Espero um dilúvio
para inundar a minha garganta
seca de Deus.


ALVORADA

Quebrem as garrafas!
Quero um banho de luz verde,
quero me afogar no sol.


A ESTRELA DA MANHÃ

A estrela da noite
lívida, quase sangrando,
nasceu de manhã.


ESTRELA MORTA

Perdi a noite e a vida
contemplando uma estrela
que já morreu.


TERMÓPILAS

Depois do deserto,
depois do desfiladeiro,
o mar é belo.


ECLESIASTES

Vaidade das vaidades.
O jardim das delícias
e a morte do sol.


SARÇA ARDENTE

Montanha deserta.
Pássaros caem
com o sol.


ARANHA

Vou urdir a teia
em sua trama dourada.
Sou aranha-enigma.


CRIAÇÃO

Pensei uma rosa
no deserto escuro.
Floriu na minha mão.


ALIANÇA

Não comerei rosas,
não beberei vinho
no rio eterno.


BOSQUE

Na trilha do bosque
abraço o velho pinheiro,
que me abraça.

_________________

12 comentários:

Anônimo disse...

"Perdi a noite e a vida
contemplando uma estrela
que já morreu."
Eu tb já perdi.
Bjs.

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Lindos poemetos. Mas Dilúvio e Estrela Morta, superaram tudo.Um abraço

lírica disse...

Brandão
Escolho sempre todos, tuas palavras são de cristal encantado.
Bj
Lírica

BAR DO BARDO disse...

... em tom bíblico e erótico...

Namastê!

nydia bonetti disse...

cânticos dos cânticos... lindos. bjs.

Adriana Godoy disse...

Mais uma vez, um desfile de belos tercetos...que boniteza, JC..quanta inspiração!! Todos trazem significados inusitados. Amei. beijos.

há palavra disse...

José,

sentidos haicais - o do dilúvio, sô!

Já fez visita ao há palavra, mas não sei se leu os meus - estão em:
http://hapalavra.blogspot.com/2009_03_01_archive.html

Abraços, bons caminhos...

Edson Bueno de Camargo disse...

Somos matéria de estrelas que já morreram, quando olhamos o céu, é apenas saudades de casa.

Fernando Campanella disse...

Perdi a noite e a vida
contemplando uma estrela
que já morreu.

Que sacação,hein, Brandão, muito bom.
Quanto ao poema sobre o Eclesiastes, muito bom, tb. Fiz algo parecido, veja se gosta:

"Não há nada de novo sob o sol
a não ser o olhar."
(Fernando Campanella)

Grande abraço, muito obrigado pelas esperadas visitas em meu blog, somos poetas em nossa caminhada, irmãos de um mesmo sonho.

EDUARDO POISL disse...

Muito lindo, gosto como você escreve tens o dom.
Abraços

Teresa Vargas Feria disse...

Bellisimas fotografias.

Marcelo Novaes disse...

José Carlos,



Se no post acima eu vi um feixe, aqui vc separou os ramos.Contemplação orante da Natureza. Ou Natureza como alavanca para Oração. Ambos, me parece.





Abração,









Marcelo.