Morrer é fácil
Uma maldita
garrafa de coca-cola explodiu,
me cortou o
pulso
e a artéria
radial
e jorrava
sangue sem parar.
A minha
mulher me levava para o Pronto-Socorro,
o carro a
toda velocidade – e a vida cada vez mais lenta
dentro de
mim.
Eu fechava
os olhos e morria.
Eu aprendi
que morrer é uma coisa
de nada – é
só fechar os olhos
e não abrir.
Você não
pensa em nada: só fecha os olhos
e apaga
como uma
vela.
Um comentário:
Carlos Brandão - mestre, poeta: os seus versos trazem uma verdade que poucos estão preparados para intuir; preparar-se para viver é um pouco preparar-se para morrer. Esse sangue de coca cola estampado nos seus versos é o tragicômico e que bela é a vida temperada de humor, mesmo nos momentos mais dolorosos. Viva a poesia! Sempre, Graça Graúna
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