INTIMIDADE
Entro no espelho
despido.
FARDO
Levo em cada ombro
D. Quixote e Sancho Pança.
CIPRESTES
Caminho ao longo
da alameda de ciprestes
com a morte no bolso.
PAZ
A rosa no altar
e a luz de uma pomba
sobre a pedra sagrada.
O MAESTRO
O velho carvalho
agita os ramos e acorda
o canto dos pássaros.
VÊNUS
Um busto de gesso
no jardim noturno
com o luar nos seios.
ESPELHO
Nas águas do lago
entre o verde das árvores
o universo refletido.
CLARIDADE
Tinha uma gota de orvalho
e uma orquídea nos olhos.
QUASE
No escuro da pedra
o silêncio de Deus.
Quase entrei em êxtase.
BUSCA
O menino perdido
estava agachado dentro
do pé de ameixas pretas.
A RODA D’ÁGUA
Ao sol de setembro
canta a roda d’água
a música da vida.
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8 comentários:
e no coração, moinhos de vento, rodas dágua, canto de pássaros, e o silêncio de Deus... que aliviam os fardos. bjo.
mestre, cê desculpa o termo... mas você faz poesia como quem fode... como quem fode com a gente.
assim é foda:
QUASE
No escuro da pedra
o silêncio de Deus.
Quase entrei em êxtase.
foda bem dada!!!
Gostei de todos, principalmente do primeiro, "Intimidade".
Bju!
Ao sol de setembro
canta a roda d’água
a música da vida.
Lindo dimaisdaconta!
Bjs.
p.s. Tem jeito de não ser apaixonada pelo Henrique?
Poeta de mil palavras e expressões em tão poucas...! Quando há paz e o silêncio fala mais. É isso que sua poesia transmite.
Paz de um silêncio sábio e profundo conhecedor de si mesmo.
beijos
Lindos versos que nos fazem sentir profundamente.
Gostei da sua visita e pelo fato de ter voltado à um tempo tão belo de sua infância com tantas lembranças boas.
Um abraço
Obrigada pela visita ao espartilho.
O êxtase? Que é isso, você não é gordo! A não ser que seja "gordo"de talento poético!!!
kkkkk
Você ;e fantástico!!!
Beijos
"Levo em cada ombro
D. Quixote e Sancho Pança."...muito bom, cada um desses poemetos, mais uma vez, leva a imagens fascinantes, a esquecimentos de onde estou agora. Imagens que geram tantos sentidos...beijo.
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