quinta-feira, 20 de agosto de 2009
mundo haiku
Entre os verdes caniços
o arco-íris sorri.
Saltita no fio
o passarinho vermelho
rindo de mim.
A gota de orvalho
no cálice róseo
da flor do ipê.
À beira da estrada
é mais bela a paisagem.
Tinha uma pedra na mão,
voaram dois pássaros
da alma.
O gato preto sonolento
ronrona como um besouro.
O tiê-sangue
respinga sangue
nos meus olhos.
A imagem do pássaro
voa como o pássaro.
A flor do ipê
é um cálice de luz
na manhã.
A flor-cálice de luz
do ipê
multiplicada.
O gato me olhou
com os olhos verdes
como a paisagem.
O canto do pássaro
inventa o pássaro.
O pássaro é o coração
da árvore.
O poema é natural.
A árvore, sobrenatural.
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A foto do arco-íris é minha.
A do tiê-sangue, no voo, mágica, é da Sônia.
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7 comentários:
um mundo. mundo de pássaros e de flores. vasto, imenso, largo... mundo haiku. beijos
belas fotos e bons imagéticos poemas,
felicidades
Genial!
Destaco só para mim:
A flor do ipê
é um cálice de luz
na manhã.
Para mim e todos os seus leitores, Mestre Brandão!
"O canto do pássaro
inventa o pássaro." e seus poemas inventam a poesia. Cada um, uma imagem, um sentido, mil sentidos. Que bom ler seus versos e viajar nas imagens e emoções que proporcionam. Belíssimo, JC.bj
Boa tarde, Brandão, estou feliz em ver tuas postagens de volta. Lindos haikus, destaco:
Entre os verdes caniços
o arco-íris sorri.
Saltita no fio
o passarinho vermelho
rindo de mim.
mas , olha, os outros são lindos também.
Muito belas as fotos, que lindas imagens a natureza oferece para amantes de haikus.
Lindo o tiê-sangue, pássaro novo para mim.
Então é isso, meu caríssimo amigo, fico feliz em te ver a todo vapor com a poesia também. E diga a Sonia que vou pedir permissão para ela para usar uma foto de gansos dela em uma postagem de um poema meu no blogger. Descobri lindas fotos dela no Flickr.
Abração.
Quando eu era criança pequena lá em Turmalina, meu ti João me levava de manhã pra mata da sua fazenda junto "comosmeninotudo" pra gente ouvir e ver o tiê-sangue. Nunca vou esquecer!
Lindo seus versos!
bjs.
Fantástico, José Carlos!
Rendo-me perante " o poema é natural/ a árvore, sobrenatural"
um beijo
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