terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
A eternidade e outros treze poemas
A ETERNIDADE
A eternidade na linha do horizonte.
A eternidade é a linha, no horizonte.
A TUA FACE
A tua face dividida
ao meio, no relógio.
A NOSSA MORADA
Muitas vezes saímos à janela,
muitas vezes saímos de casa,
viajamos, conhecemos, trabalhamos, sempre voltamos.
O esquecimento é a nossa morada.
ROSAS
Cortei uma braçada de rosas.
Amanhã cortarei outra braçada de rosas.
Sempre haverá novas rosas para cortar.
Enquanto eu existir, haverá rosas.
O AZUL DE DEUS
Eu beberei do azul de Deus todos os dias.
A pedra sangra, o relógio sangra, a rosa sangra,
os meus olhos caem por terra com os pássaros mortos.
Eu navego calmamente no mar azul de Deus.
O MEU CAVALO
O meu cavalo come na minha mão.
As minhas árvores e os meus pássaros cantam.
O meu universo está em ordem.
A terra espera as minhas raízes.
ESCREVO
Componho a face do tempo no espelho.
Sou uma pérola na concha e escrevo.
Bebo o vinho do olvido no mar e escrevo.
EU QUERO A ROSA
Eu quero a rosa.
A pedra na minha mão vai florescer.
Da palavra na minha mão a pedra vai florescer.
VELÓRIO
O último a sair
feche os olhos do morto.
ADEUS
Os mortos sempre acenam em despedida
aos que ficam.
SOLIDÃO
O homem é só como uma flor de pedra no deserto.
VERÃO
O pássaro carrega o verão nas asas
e no canto.
FÊNIX
A palavra renasce das próprias cinzas.
O CÂNTARO INEXTINGUÍVEL
Quem bebe da palavra pensa no cântaro
e em quem fez o cântaro inextinguível.
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3 comentários:
Gostei mais do que diz que a palavra renasce das próprias cinzas... palavras são como a
fênix, sempre eternas
um abraço e boa semana
Agradeço a sua atenção e delicadeza,Poeta José carlos.
Abraços de Belém do Pará.Ronaldo Franco.
adorei "o velório"....:)
abraço
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