Foto: Brandão
Tinha formigas na boca
Tinha cal nos olhos
Tinha o coração na avalanche
O gavião gritava na torre
As pedras despencavam na montanha
Os pinheiros se contorciam na encosta
Os oleiros suavam barro e sangue
A chuva devorava o desejo
As águas afogavam os cavalos
Os corpos das crianças no monturo
As árvores cobertas de cinza
A angústia no nevoeiro
A carne podre do abutre
No azul da alma de Deus o esquecimento.
7 comentários:
"Tinha o coração na avalanche
O gavião gritava na torre..."
"Os oleiros suavam barro e sangue
A chuva devorava o desejo..."
O caos em poesia. Sem choque. Com uma dor suportável e na última farse quase que uma esperança escondida, como a última chance clamando.
José Carlos, é tão simples para você tudo isso! É tão natural expor o caos, a esperança, a sensibilidade. Emoções, enfim. Tudo de uma forma singular, sem ser repetitivo, piegas.
É tão delicioso "ler você" !
Obrigada.
beijo
..........Cris Animal
Olá Brandão. Respondendo à sua pergunta eu diria que as vezes, um adeus no momento certo pode ser o início de um belo recomeço!
Aproveito para perguntar o significado da expressão MEME. A renata quer saber, pois mandei a tal meme pra ela, mas tb nao sei o que significa! rs .Estamos começando nesse mundo interessante dos blogs. obrigada
Belíssima construção poética, meu caro Poeta. Vinha sentindo a falta de poemas que tocam o surreal. Você o faz com extrema maestria.
Abraço.
http://blog.boscosobreira.com
Mestre Carlos Brandão: apesar da avalanche de dor e trizteza, cabe a esperança no poema. Dias melhores virão. Paz e bem.
Chegar aqui e ver tamanha beleza
Numa pagina que fermenta alegria…
É sonhar acordado e voar na leveza
De poetizar tudo… porque tudo é poesia
Uma semana de paz e alegria…
O eterno abraço…
-MANZAS-
Sente-se uma paz tão boa, ao estar aqui e passear entre teus versos... Belas palavras muito bem colocadas... Parabenizo-te!
Bj de bom dia!
Que texto gostoso de se ler, permito-me fazer uma construção da paisagem e de uma pontada de dor...
Beijos, poeta!!
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