XADREZ
As ruas da
cidade são um labirinto.
Eu sou como
uma peça de xadrez. Quem joga?
Não posso
partir, espero a próxima jogada.
A cidade gira,
o mundo gira, as galáxias giram.
Os meus livros
estão parados na estante.
Faz barulho de
chuva lá fora. Mas não chove.
O ar está
esfumaçado, venta, cheira mal.
Homens e
mulheres correm apressados,
como se perder
o ônibus fosse perder a vida.
Já são mais de
seis horas, os escritórios estão fechados.
Não é possível
entender a humanidade.
Eu preciso
partir, mas para onde? Por quê?
Espero a
próxima jogada na partida de xadrez.
Eu sou uma
peça – perplexa – no tabuleiro.
Talvez a
próxima jogada finalmente seja a minha.
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