quinta-feira, 15 de novembro de 2012

SOMBRAS DE OUTUBRO (poemas breves)

                                                                                                     Na estrada (sul de Minas)

                                                                                                    Na estrada (sul de Minas)

                                                                                       Ao lado da Pousada Maria da Fé

                                                                                        Pousada Maria da Fé, em Maria da Fé, MG



 
1.      SOB AS CINZAS

Na noite fria da montanha
sob as cinzas da lareira
uma brasa escondida.

Espera um sopro apenas.


2.      QUEIMEI AS PALAVRAS

Queimei as minhas palavras até não restarem
mais que cinzas.
Veio o vento e as cinzas se iluminaram.


3.      O PESO DO MUNDO

Eu tenho uma pedra na mão, o peso
do mundo nessa pedra.
Imagino um pássaro voando dessa pedra.
É meu o peso do mundo.


4.      O HORIZONTE

O horizonte é sempre possível,
o horizonte é sempre impossível.
Depende do incêndio do sol,
depende do desejo.


5.      MISSÃO CUMPRIDA

Tenho fogo nas mãos
tenho fogo nos olhos
tenho fogo na língua.

Iluminei com o meu fogo a floresta
iluminei com o meu fogo a cidade dos homens.

Agora posso morrer.


6.      NOITE PRÓXIMA

A noite se aproximava.
Eu pressentia o estrépito de uma manada de búfalos ou elefantes.
Logo todas as luzes estavam apagadas.
O rio do tempo a defluir, com as sombras.


7.  ALFOMBRA

O vento passa como uma sombra
sobre a face da lua.
O mármore da noite flutua.
Uma aranha tece a alfombra
do esquecimento.






Um comentário:

bruno disse...

O horizonte é necessário.
Tanto quanto viajar por Minas ao menos uma vez na vida.
abraços, brandão.