Na estrada (sul de Minas)
Ao lado da Pousada Maria da Fé |
1. SOB AS CINZAS
Na noite fria da montanha
sob as cinzas da lareira
uma brasa escondida.
Espera um sopro apenas.
2. QUEIMEI AS PALAVRAS
Queimei as minhas palavras até
não restarem
mais que cinzas.
Veio o vento e as cinzas se
iluminaram.
3. O PESO DO MUNDO
Eu tenho uma pedra na mão, o
peso
do mundo nessa pedra.
Imagino um pássaro voando dessa
pedra.
É meu o peso do mundo.
4. O HORIZONTE
O horizonte é sempre possível,
o horizonte é sempre impossível.
Depende do incêndio do sol,
depende do desejo.
5. MISSÃO CUMPRIDA
Tenho fogo nas mãos
tenho fogo nos olhos
tenho fogo na língua.
Iluminei com o meu fogo a
floresta
iluminei com o meu fogo a cidade
dos homens.
Agora posso morrer.
6. NOITE PRÓXIMA
A noite se aproximava.
Eu pressentia o estrépito de uma
manada de búfalos ou elefantes.
Logo todas as luzes estavam
apagadas.
O rio do tempo a defluir, com as
sombras.
7. ALFOMBRA
O vento passa como uma sombra
sobre a face da lua.
O mármore da noite flutua.
Uma aranha tece a alfombra
do esquecimento.
Um comentário:
O horizonte é necessário.
Tanto quanto viajar por Minas ao menos uma vez na vida.
abraços, brandão.
Postar um comentário