quarta-feira, 4 de maio de 2011

PLENITUDE




PLENITUDE

Não sei como começa um poema,
não sei como termina.
E afinal, nem sempre o começo é o começo
e o fim é o fim.

E o recheio?
O que vem dentro é o que importa.
O fim e o começo muitas vezes se contradizem,
mas o recheio é música pura para os ouvidos
e para o corpo todo.

Nem todo poema começa com uma maiúscula,
nem todo poema termina com um ponto final.
No princípio da criação já havia uma nota ecoando
– e essa nota é uma melodia completa.
No fim da criação, continua-se a ouvir a melodia.

Mas então o poema é música?
Pode ser, mas também pode ser um gemido.
Ou uma explosão. 
Talvez a ausência de ruído.
Mas nunca será o nada. O poema será sempre
o oposto do nada. O poema é a plenitude.


Nenhum comentário: