Ninho de graveteiro
O CASULO DA VIDA As pálpebras caem, e as palavras, inúteis. Os canários já não cantam, e caem. A pedra brilha ao sol, como uma lápide. Os teus passos se calam, no jardim da ausência. Como decifrar o casulo da vida? As asas aprendem o desígnio de não voar. No entanto, sabemos quem somos. Sabemos Deus. Nada nos falta, apesar da humana fraqueza. A areia tem a forma dos nossos pés. A justa medida. O mar nos chama, e nos ministra lições de partida: partir é viver. Não queremos, ainda, o esquecimento. Nem depois, no espelho de Deus. Os barcos sofrem na praia, apodrecem, mas guardam a memória das viagens, do infinito. Um pouco de terra e escuro, nosso domínio: que morra e nasça a semente da eternidade. |
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Um comentário:
nossa. tudo!!! Que tudo essa poesia!! Tem muito haver com a poesia do Carlos Brandão... que eu adoro. Parabéns
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