sábado, 7 de maio de 2011

NO TAPETE DE SÓCRATES



                                   
MATÉRIA DE POESIA

Faço de pedra o meu poema
de terra
e água.

Faço de sangue o meu poema
de suor
e dor.

Faço do tempo o meu poema
de memória
e esquecimento.

Faço da morte o meu poema
de perda
e permanência.



JUSTIFICATIVA

Sócrates, quando estava para morrer, quis aprender a tocar cítara.
 – Mas para quê? – disseram. – Você está para morrer.
– Ao menos terei tocado a minha cítara – respondeu.
Como Sócrates, eu escrevo os meus poemas.



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