terça-feira, 3 de março de 2009

Águas



O RIO

O rio deflui,
banha as folhagens do dia
e o corpo da mulher.


A MAÇÃ

A maçã repousa
com a macieira, o rio e o vento
no linho da mesa.


O SAL

O sal sobre a rosa,
a névoa sobre os pinheiros
e a terra sob o mar.


BUSCA

Mergulho no escuro,
busco o brilho das estrelas
no abismo de Deus.


A CONCHA

A casa é uma ostra
no fundo do mar.


SABEDORIA

Seja sábia de dia,
seja sábia à noite, ó alma.
Desce a névoa que esperas.


A ESFINGE

Decifra a pedra
da paisagem submarina
e morre enfim.

6 comentários:

Rúbida Rosa disse...

Tua poesia é enxuta e revela o domínio do conhecimento léxico e da interferência no discurso. Isso é poesia, sem toda aquela verborragia que estamos acostumados a ler!
Gostei, parabéns!

BAR DO BARDO disse...

a sua "busca" é uma teteia de teia para nos enredar no belo...

Deusa Odoyá disse...

Olá meu novo amigo.
Pasei para conhecer seu blog, e deparo com grandes reflexões de uma vida.
lindo....
Uma semana de muita paz, amor e luz.
beijinhos doces de sua nova amiga.

Regina Coeli.

Te aguardo em meu cantinho.

Paula Raposo disse...

Eu fico sem palavras ao ler-te. Sinceramente. Um prazer. Muitos beijos.

nydia bonetti disse...

Decifrar a pedra e depois morrer...
Que lindo, JC!
bjo.
Nydia

EDUARDO POISL disse...

Obrigado pela visita e pelas belas palavras que me deixou, para mim foi muito importante.
Tenha uma boa semana cheia te amor.
Abraços. Eduardo Poisl